sexta-feira, 2 de julho de 2010

Existe dentro de mim, um Demônio.
Uma criatura cruel que sente prazer em destruir tudo que é puro e sincero.
Minhas entranhas ficam entupidas dessa vida demoniaca que se apossa do meu organismo indefeso nas noites quentes de um verão interminavél. Gotas leitosas escorrem pelas minhas pernas, esse corpo meu, intensamente avermelhado, possuido pelo vento. Pensamentos tomados de suas nascentes...
Existe um demônio.
Um demônio que prefere se sentar em trono imponente e solitário, de madeira virgem, estofados cor de vinho próspero e perfume de carmim.
Um demônio, um principe de inconstancias
sem cedro, nem suditos
sem palco grande, sem pláteias vivas.
Um demônio, que o que tem de feio tem de sedutor, um diabo alegre que esbanja uma agressividade faiscante que dilacera as bocas que toca.
Eu o odeio.
Ele me odeia.
Nesse equilibrio mau calculado meu ventre dança como aguas vivas no pacífico sul.
Como um corredor escuro sem portas
um quarto grande sem janelas
como um surto!!
a cada passo ritmado da bacia
eu sinto

a vida
prestes a explodir dentro de mim.

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